
Muitas vezes não nos sentimos preparados para saber dizer “Sim” e “Não”. Falta-nos a capacidade de falarmos por nós mesmos, de dizermos e defendermos aquilo que pensamos e sentimos, mas de forma honesta e respeitosa.
Temos o direito de decidir se queremos ou não ter relações sexuais. E para haver relações sexuais tem de haver consentimento!
O consentimento significa que “sim” é “sim” e “não” é “não”! Sem um “sim” não é muito claro não há consentimento e o sexo não deve acontecer!
O consentimento significa dizer “sim” e querer realmente dizer “sim”. Pode parecer muito simples, mas na verdade nem sempre é assim tão simples e fácil. Isto porque o consentimento deve ser dado livremente, ou seja, sem pressões, sem manipulação, sem chantagem, sem ameaças!
O consentimento também deve ser informado. Os parceiros devem ser honestos e abertos no relacionamento, falar sobre tudo, principalmente sobre doenças sexualmente transmissíveis, a utilização de contracetivos e a existência ou não de outros parceiros sexuais, gravidez, possíveis consequências que podem advir de um namoro.
O consentimento pode ser retirado a qualquer momento. Podemos parar e mudar de ideias em qualquer altura, somos livres de falar “sim” ao que queremos fazer e sentirmo-nos confortáveis para dizer “não” àquilo que não queremos fazer!
O consentimento significa que ambos estão entusiasmados. Não significa apenas “deixar acontecer”. O silêncio não é consentimento! Dizer “não sei” também não é consentimento.
E não, não basta usar a linguagem corporal enquanto a verbal está a dizer outra coisa ou esperar que o nosso parceiro perceba que não estamos interessados/as. É preciso usar as palavras, de forma clara e direta.
Dizer “não” pode ser difícil, mas é a forma certa de nós continuarmos a sentir bem connosco próprios. É importante confiarmos em nós e naquilo que queremos. Não devemos explicações a ninguém. Podemos explicar o nosso “não” se quisermos, mas não precisamos de o fazer.
Como é que sabemos que temos o consentimento do nosso parceiro?
Se ele nos disser “sim” de forma totalmente clara. Quando ficamos na dúvida ou não temos a certeza, perguntamos diretamente. Não ouvimos um “sim”? É para parar!
Quando o/a nosso/a namorado/a nos pressiona para termos relações sexuais ou ameaça acabar connosco se não tivermos relações sexuais estamos, provavelmente, numa relação abusiva
O sexo só deve acontecer com alguém que nos respeita, não alguém que nos pressiona ou nos faz sentir desconfortáveis.
E não basta termos o consentimento do nosso parceiro apenas uma vez. De TODAS as vezes precisamos do seu consentimento. Todos temos o direito de dizer “não” seja ao que for e seja quando for, independentemente de já termos dito que “sim” no passado.
O consentimento não atrapalha minimamente a relação sexual, nem “estraga o momento”. Aliás, até pode ser bastante sexy.
Dar consentimento pode ser uma forma de mostrarmos ao nosso parceiro que gostamos realmente dele e dos momentos de intimidade com ele. O mesmo acontece quando pedimos consentimento. Podemos dizer “gostava que eu…” ou “queres experimentar…”. Desta forma não estamos apenas a pedir consentimento, mas também estamos a falar sobre o que ambos gostamos, o que é muito importante numa relação.